11/27/2024

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Luís Roberto Barroso defende ‘caminho da civilidade’

Ministro Luís Roberto Barroso defendeu volta à civilidade no Brasil (Foto: Gustavo Moreno/STF)
Por Lavínia Kaucz, do Estadão Conteúdo

BRASÍLIA – O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, disse que “precisamos fazer o caminho de volta à civilidade, ao respeito mútuo”. Ele falou na abertura da sessão plenária desta quinta (14), um dia após o atentado com bomba nas proximidades do Tribunal e da Câmara dos Deputados.

“Precisamos superar essa crença primitiva de que quem pensa diferente de mim só pode ser um cretino completo a serviço de alguma causa escusa. A vida não deve ser vivida assim”, declarou.

O ministro ainda repetiu que “a sociedade brasileira é plural, o Supremo é plural” e “ninguém tem o monopólio da verdade”. Ele disse que a democracia tem lugar para todos, exceto para quem “não respeita as regras da própria democracia, para quem não respeita os direitos fundamentais dos outros”.

Barroso lembrou que na sexta (15) é celebrada a Proclamação da República e que “é uma boa hora para um novo recomeço”. Na sua avaliação, o Brasil está precisando de uma “pequena revolução ética e espiritual”.

Responsabilidade

Luís Roberto Barroso o atentado “reforça a necessidade de responsabilização de todos que atentem contra a democracia”. Na avaliação do ministro, o episódio “se soma ao que já vinha ocorrendo no país nos últimos anos”.

“Abro esta sessão com uma fala institucional que preferiria muito não ter que fazer”, disse o ministro. “E apesar de ainda estarmos no calor dos acontecimentos e no curso das apurações, nós precisamos – como País e como sociedade – fazer uma reflexão profunda sobre o que está acontecendo entre nós”.

“Onde foi que nós perdemos a luz da nossa alma afetuosa, alegre e fraterna para a escuridão do ódio, da agressividade e da violência? Estamos importando mercadorias espiritualmente defeituosas de outros países que se desencontraram na história”, questionou.

O magistrado citou os artefatos encontrados pela Polícia Federal (PF) na casa alugada pelo homem em Ceilândia (DF) e disse que esse fato “mostra o nível de periculosidade das pessoas com as quais estamos lidando”.

‘Sinistros desdobramentos’

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também se manifestou sobre o atentado. Ele disse que o ataque na Praça dos Três Poderes deixa claro que “o desrespeito às instituições continua a ter sinistros desdobramentos”.

Gonet citou o “esforço que vem sendo desenvolvido pela PGR e pelo STF na apuração de responsabilidades e punição para atos violentos de propósito antidemocrático”. Ele é responsável por apresentar eventuais denúncias contra o ex-presidente Bolsonaro, como no inquérito que apura suposta tentativa de golpe de Estado.

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