11/05/2024

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Impacto da seca sobre Zona Franca de Manaus deve ser limitado, dizem analistas

A seca deve ter impacto limitado na produção industrial da Zona Franca de Manaus, com medidas de contingência adotadas pelo setor após as últimas estiagens, segundo especialistas ouvidos pela CNN nesta quinta-feira (12).

No cenário atual, as indústrias procuram rotas alternativas para escoar a produção e elevar os estoques de insumos.

Cálculos da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) estimam um gasto adicional de R$ 500 milhões apenas com transporte.

Apesar dos custos, Antonio Silva, presidente da Fieam, afirma que o impacto deverá ser menor comparado ao ano anterior, quando o Rio Negro chegou a 12,70 metros, menor medição em mais de 120 anos.

Atualmente, o rio está próximo a 16,97 metros.

“Naturalmente há uma preocupação que possamos ter um atraso no abastecimento das linhas produtivas e no escoamento da produção, entretanto, foram adotadas medidas para reduzir esses efeitos negativos”, explica.

A estiagem do ano passado durou até dezembro e impactou na queda de 2,6% da indústria do estado em outubro. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o recuo foi de 5,7%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Roberto Kanter, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), explica que o histórico de seca no Amazonas levou o setor industrial a se organizar de forma que impeça maiores empecilhos e não afete o custo final dos produtos.

“O setor industrial de Manaus já é organizado para lidar com essa situação que acontece sazonalmente. Então já há uma cobertura maior de estoque, de insumos para não inviabilizar a produção, explica o economista, reforçando que o cenário de seca se tornou recorrente.

Segundo a Fieam, foi estruturado um planejamento logístico para não ocorrer desabastecimento no setor, como a instalação de um porto provisório para permitir a continuidade das operações.

Empresas também buscaram mitigar os impactados fechando contratos de venda antecipada às lojas.

Segundo Kanter, apesar de não ser possível precisar os efeitos que a seca terá em datas em que o varejo mais vende, como Black Friday e Natal, é provável que o repasse do aumento não chegue ao consumidor.

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