Brasília – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente inelegível até 2030, declarou na terça-feira (12) que continuará se apresentando como candidato à Presidência da República até que sua “morte política seja anunciada para valer”.
Em entrevista ao portal Metrópoles, Bolsonaro manifestou a convicção de que poderá reverter a decisão que o impede de concorrer a cargos públicos por meio de recursos judiciais ou apoio legislativo.
“A resposta é a mesma: essa partícula ‘se, caso, talvez’ não existe. Eu sou candidato até que a minha morte política seja anunciada para valer. Eles não têm argumento para me tirar da política. A não ser o poder, a força de arbitrariedades contra a minha pessoa. Repito: qual a acusação contra mim? Que eu fiz de errado para não disputar uma eleição? E, se eu sou tão mal assim, deixa eu disputar para perder. É muito simples. Ou estão com medo da minha candidatura?”, declarou.
Bolsonaro expressou esperança de que o Legislativo brasileiro possa ajudar na reversão de sua inelegibilidade, argumentando que os “ventos da democracia” estão favorecendo movimentos de direita ao redor do mundo, como o fortalecimento da direita nos Estados Unidos e na Argentina.
O ex-presidente também comentou sobre os eventos que levaram à sua inelegibilidade, destacando que não considera ter cometido erros nas situações que resultaram em sua exclusão das eleições de 2026.
Em particular, ele mencionou sua participação em uma manifestação em 7 de setembro de 2022 e uma reunião com embaixadores, onde fez duras críticas às urnas eletrônicas e questionou a legitimidade do processo eleitoral. Bolsonaro se defendeu, afirmando que suas ações estavam dentro da legalidade.
Outro ponto abordado por Bolsonaro foi a possibilidade de apoio do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump nas eleições brasileiras de 2026. Apesar de não manter um diálogo direto com Trump no momento, Bolsonaro afirmou que acredita que o republicano se preocupa com o avanço da esquerda na América do Sul e, por isso, poderia apoiar sua candidatura no futuro.
“Eu não tenho essa liberdade toda para conversar com ele, apesar de conhecer alguns assessores, que estão sendo pré-anunciados para compor seu gabinete. Mas acredito que ele tenha um interesse enorme no Brasil, pelo seu tamanho, pelas suas riquezas, pelo que representa o nosso povo. E como um país que realmente possa aqui, como exemplo, desequilibrar positivamente para a democracia, para a liberdade, toda a América do Sul”, disse. …
Segundo Bolsonaro, seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), tem sido o principal interlocutor nas conversas com o ex-presidente americano, mesmo sem uma interlocução direta entre ele e Trump no momento.