12/04/2024

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Bolsonaro critica PEC e sugere ‘jogar abacaxi’ para Lula

Brasília – O ex-presidente Jair Bolsonaro fez duras críticas à proposta de emenda à Constituição (PEC) que visa reduzir a carga horária de trabalho no Brasil, especialmente a ideia de acabar com a jornada de trabalho na escala 6×1 (seis dias de trabalho e um de descanso).

(Foto: Richard Lourenço/Rede Câmara – 25.3.2024)

Durante evento na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília, Bolsonaro sugeriu que a proposta defendida pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e outros partidos da base aliada de Lula tem como objetivo fazer o PT “renascer” politicamente, e o ex-presidente sugeriu que seria mais prudente “jogar o abacaxi” para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolver.

A PEC discutida na Câmara dos Deputados, de autoria da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), propõe a redução da jornada de trabalho semanal de 44 para 36 horas, com limite de oito horas por dia.

Isso significaria uma mudança significativa na estrutura de trabalho no Brasil, criando uma jornada de 4×3, ou seja, quatro dias de trabalho seguidos por três de descanso. Outra proposta, do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), também prevê o fim da escala 6×1, mas com uma transição gradual de dez anos, estabelecendo uma jornada de cinco dias por semana.

Bolsonaro, por sua vez, disse que os parlamentares do PL que se opõem à PEC têm razão em suas críticas, mas alertou que, ao se posicionarem contra a proposta, eles poderiam acabar se desgastando politicamente.

“Não adianta a gente discursar para quem está na ponta da linha, porque a maioria não vai entender. Ele [o trabalhador] acha que pode trabalhar quatro dias por semana e está tudo bem, o patrão não vai diminuir salário, não vai ter problema nenhum, não vai encarecer o produto”, disse Bolsonaro.

O ex-presidente sugeriu uma estratégia mais agressiva para os aliados do governo Bolsonaro no Congresso: apresentar emendas à PEC que criem dificuldades para o Palácio do Planalto, como o aumento do salário mínimo para R$ 10 mil, de forma a forçar Lula e a base governista a se posicionarem publicamente sobre temas econômicos sensíveis.

“Por que não colocar na PEC R$ 10 mil o salário mínimo? O que é mais importante, vocês têm que provocar o chefe do Executivo, que é o chefe da esquerda, ele tem que se pronunciar sobre essa PEC”, afirmou.

As críticas de Bolsonaro vão além da PEC em si. Ele apontou que a redução da carga horária de trabalho, sem uma análise cuidadosa de seus impactos, pode levar a consequências econômicas negativas, como a elevação de custos para as empresas e, consequentemente, o aumento dos preços de produtos e serviços.

“Quem está contra isso, discursando, ontem falei com alguns deputados: vocês têm razão, mas vocês estão dando um tiro no pé. Você combate uma picada de cobra com peçonha”, comparou o ex-presidente.

*Com informações do Estadão Conteúdo*

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