A posição da China em relação à guerra voltou a ser destaque neste sábado (13). Em declaração oficial, o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, afirmou que o país não participa e nem planeja guerras, reforçando que os conflitos armados não trazem soluções. Ele também criticou o uso de sanções como ferramenta política, destacando que essas medidas “apenas complicam os problemas”.
As falas ocorrem em meio à pressão dos Estados Unidos, que têm exigido de seus aliados uma postura mais dura contra Moscou, especialmente na compra de petróleo russo. A declaração chinesa mostra a tentativa de Pequim de se manter como um ator diplomático que busca estabilidade global, ao mesmo tempo em que preserva sua parceria estratégica com a Rússia.
China defende diálogo e critica sanções
Durante entrevista coletiva em Liubliana, capital da Eslovênia, Wang Yi reforçou que o país não vê nas guerras uma saída viável para crises internacionais.
“A guerra não pode resolver problemas, e as sanções apenas os complicam”, declarou o chanceler chinês.
A fala foi interpretada como uma resposta indireta às pressões de Washington. Os EUA já aplicaram tarifas à Índia por adquirir cargas russas, mas até agora evitaram penalizar a China, principal parceira econômica e estratégica da Rússia.
Trump exige medidas mais duras contra Moscou
Enquanto isso, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou o tom contra a Rússia e voltou a cobrar os países da OTAN a adotarem sanções mais severas.
Em carta publicada em sua rede Truth Social, Trump condicionou novas sanções americanas ao fim da compra de petróleo russo por parte dos aliados europeus.
“Estou pronto para impor sanções severas à Rússia quando todas as nações da OTAN tiverem concordado e começado a fazer o mesmo, e quando todas as nações da OTAN PARAREM DE COMPRAR PETRÓLEO DA RÚSSIA”, afirmou.
O republicano classificou como “chocante” o fato de alguns países ainda manterem negócios com o petróleo russo, o que, segundo ele, enfraquece a capacidade de pressão internacional sobre o Kremlin.
Tarifa contra a China e críticas a Biden e Zelensky
Na mesma carta, Trump sugeriu que os países da aliança militar imponham tarifas de 50% a 100% sobre produtos chineses até que o conflito entre Rússia e Ucrânia seja encerrado. Para ele, a China exerce influência determinante sobre Moscou, e medidas econômicas mais duras poderiam acelerar o fim da guerra.
O presidente norte-americano também voltou a responsabilizar o ex-presidente Joe Biden e o líder ucraniano Volodymyr Zelensky pela continuidade da guerra, que chamou de “ridícula”. Ele ainda disse que o conflito “jamais teria começado” se estivesse no poder antes de 2025.
Relação com Putin em deterioração
A proposta de Trump marca uma mudança no tom da relação entre Washington e Moscou. Em agosto, o republicano chegou a se reunir com Vladimir Putin no Alasca para negociar um cessar-fogo, mas o encontro terminou sem acordo.
Com a Rússia mantendo ataques e resistindo a negociações, Trump afirmou recentemente que sua paciência com o presidente russo “está acabando rápido”, sinalizando um endurecimento de postura no cenário internacional.